Crítica à realidade em Terra sonâmbula e Chuva braba: cultura, lirismo e memórias
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.2645Palavras-chave:
cultura, literatura, realidade, lirismo, estado, sociedadeResumo
Os romances de Manuel Lopes e Mia Couto foram escritos em momentos históricos e políticos diferentes. Enquanto Chuva braba foi publicado em 1956, antes das guerras de libertação das antigas colónias portuguesas, Terra sonâmbula veio à estampa em 1992, depois da independência de Moçambique. No primeiro caso, os problemas da seca que assolaram Cabo Verde e a consequente pobreza extrema, que levou ao êxodo massivo dos cabo-verdianos para a Europa e a América e, no segundo, a guerra dos 16 anos, que devastou Moçambique e provocou deslocação das pessoas para regiões seguras e para os países vizinhos, fazem com que as duas obras partilhem traços de instabilidade, insegurança e desassossego das personagens, permitindo a liricização das vivências em contextos da guerra e da miséria que concorrem para o aluimento do ser humano. Deste modo, os dois romances configuram espaços férteis para uma análise comparística dos eventos romanescos, intuindo que a cultura, Literatura, Sociologia e Filosofia (re)criam formas críticas sobre a construção de estados e nações, os quais se caracterizam por compreensão da realidade a partir de história e memórias.
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