A Praça Nelson Mandela: Espacialidades em Fronteira
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.3217Palavras-chave:
cidade, espacialidades, fronteira, traduçãoResumo
Este artigo apresenta o resultado parcial de uma pesquisa mais ampla, realizada no bairro Lavapiés, região central de Madrid, voltada a apreender a constituição de suas distintas espacialidades e os sentidos que elas geram na cultura. A discussão aqui proposta terá como objeto a praça Nelson Mandela, um dos principais pontos de encontro de imigrantes na região, com o intuito de verificar de que maneira ocorre a emersão de espacialidades pautadas pelos intercâmbios e tensionamentos entre os diferentes grupos que frequentam o espaço. Para tanto, a análise terá por base a ambivalência que caracteriza o funcionamento da fronteira semiótica, tal como ela foi definida pelo semioticista da cultura Iuri Lotman (1996). A deriva situacionista e a observação participante foram utilizadas como método de pesquisa. Na praça, nota-se a presença de duas espacialidades distintas: uma marcada por um distanciamento que resulta em relações pautadas por aquilo que Richard Sennett (2018/2019) indica ser o “próximo-estranho” e outra caracterizada por intercâmbios tradutórios pelos quais se constrói uma cidade diferente daquela planejada pelo urbanismo. Por meio da discussão, objetiva-se ainda pontuar de que maneira, por meio da fronteira, se torna possível apreender formas de constituição da cidade pidgin (Careri, 2016/2017), que emergem em meio a relações marcadas pela imprevisibilidade e pelo erro, decorrentes das interações estabelecidas entre distintas alteridades.
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