Terno de Reis: entre a tradição e a atualização da identidade na comunidade quilombola Nova Esperança
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.2113Palavras-chave:
Terno de Reis, cultura, identidade, Nova EsperançaResumo
O presente artigo busca analisar como a festa de Reis, uma expressão cultural presente em diversas comunidades brasileiras, neste caso, na Comunidade Quilombola Nova Esperança, município de Wenceslau Guimarães, Bahia, mantém a tradição perante as diversas influências culturais oriundas das identidades móveis contemporâneas. A partir de narrativas dos participantes do Terno de Reis, o folguedo é importante elemento na reafirmação da identidade local e, sobretudo, dos laços de ancestralidade comum com o fundador da comunidade. Ao discutir a dinâmica que envolve todo o festejo da festa de Reis, torna-se pertinente pesarmos a cultura como algo dinâmico, vivo no tempo e no espaço, se (re)significando e avivando a memória do povo que possui relação contínua entre passado e presente. As narrativas apresentam ainda a preocupação com a permanência da festa diante das eminentes ameaças que o folguedo sofre face à liquidez das relações sociais contemporâneas.
Downloads
Referências
Alberti, V. (2005). Histórias dentro da História. In C. B. Pinsky (Ed.), Fontes históricas (pp. 155-191). São Paulo: Contexto.
Almeida, A. W. B. (2006). Terras de quilombo, terras indígenas, “Babaçuais Livres”, “Castanhais do Povo”, faxinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. Manaus: PPGSCA-UFAM.
Almeida, W. B. (2011). Quilombolas e novas etnias. Manaus: UEA Edições.
Arruti, J. M. (2006). Mocambo: Antropologia e História do processo de formação de quilombola. Bauru: Edusc.
Barth, F. (2000). O guru, o iniciador e outras variações antropológicas. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria.
Dubar, C. (1997). Para uma teoria sociológica da identidade. In A socialização (pp. 133- 156). Porto: Porto Editora.
Canclini, N. G. (1997). Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Edusp.
Gonçalves, M.C.S. (2008). Folias de reis: o eco da memória na (re)construção da performance e identidade dos foliões em João Pinheiro, estado de minas gerais. IV Enecult - Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura (p. 6). Universidade Federal da Bahia. Salvador, Brasil.
Gusmão, N. M. M. de (1995). Terra de pretos, terra de mulheres. Terra, mulher e raça num bairro rural negro. Brasília: Fundação Cultural Palmares.
Gusmão, N. M. M. de. (1979). Campinho da independência: um caso de proletarização caiçara. Dissertação de Mestrado, Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, Brasil.
Hall, S. (2006). A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Editora DP&A.
Hall, S. (2011). Quem precisa de identidade? In T. T. Silva (Ed.), Identidade e diferença (pp. 103- 132). Petrópolis, RJ: Vozes.
Queiroz, R. da S. (1983/2006). Caipiras negros no Vale do Ribeira: um estudo de antropologia econômica. São Paulo: EDUSP.
Meihy, J. C. S. B. (1998). Manual de história oral. São Paulo: Loyola.
Moura, C. (1981). Rebeliões da senzala: quilombos, insurreições, guerrilhas. São Paulo: Editora Ciências Humanas.
Munanga, K. & Gomes, N. L. (2006). O negro no Brasil de hoje. São Paulo: Editora Global.
Pergo, V. L. Os rituais na folia de reis: uma das festas populares brasileiras. Retirado de http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st1/Pergo,%20Vera%20Lucia.pdf.
Rios, S. (2006). Os cantos da festa do reinado de Nossa Senhora do Rosário e da Folia de Reis. Sociedade e Cultura, 9(1), 65-76.
Wagner, R. (2011). A invenção da cultura. São Paulo: Cosac Naify.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os autores são titulares dos direitos de autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.