Contraponto ao reducionismo “grafite versus pichação” em São Paulo, capital
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.2122Palavras-chave:
grafite, graffiti, pichação, pixação, São PauloResumo
Pretende-se problematizar a propalada divisão entre grafites e pichações em São Paulo, capital, maior cidade brasileira, onde existiriam duas manifestações visuais diferentes, com praticantes exclusivos, sendo o grafite sempre colorido, autorizado pelo dono do suporte e positivo para a paisagem, enquanto à pichação caberia poluir a cidade com letras pretas, crípticas e indecifráveis, atitude criminalizável. Pretendemos demonstrar, ao contrário, confluências de processos de modelização poética em “imagens isoladas”, “sequências” e “quadros” de grafites e pichações em todas as regiões da capital paulista. Após uma primeira etnografia em busca dessas imagens em diferentes períodos entre 2011 e 2015, para a pesquisa de doutoramento, captamos registros fotográficos inéditos em setembro de 2019, aos quais relacionaremos a base teórica semiótica e estrutural (Lotman, 1978; Todorov, 1969, 1971, 1980) e o referencial da epistemologia complexa (Morin, 2013, 2008).Downloads
Referências
Aguilar, G. (2005). Poesia concreta Brasileira: as vanguardas na encruzilhada modernista. São Paulo: Edusp.
Aristóteles. (1991). Poética. Tradução, comentários e índices analítico e onomástico de Eudoro de Souza. Seleção de textos de José Américo Motta Pessanha. São Paulo: Nova Cultural.
Art, L., Neelon, C. & Manco, T. (2005). Graffiti Brasil. Londres: Thames & Hudson.
Baudrillard, J. (1996). Kool Killer ou a Insurreição pelos signos. In J. Baudrillard, A troca simbólica e a morte (pp. 99-111). São Paulo: Loyola.
Boleta (2006). Ttsss... A grande arte da pixação em São Paulo. São Paulo: Editora do Bispo.
Bremond, C. (2008). A lógica dos possíveis narrativos. In R. Barthes et al. (Eds.), Análise estrutural da narrativa (pp. 114-141). Petrópolis: Vozes.
Brik, O. (1976). Ritmo e sintaxe. In B. Eikhenbaum et al. (Eds.), Teoria da literatura: formalistas russos (pp. 131-139). Porto Alegre: Editora Globo.
Campos, H. de (1975). Evolução de formas: poesia concreta. In A. de Campos, D. Pignatari & H. de Campos (Eds.), Teoria da poesia concreta (pp. 49-58). São Paulo: Duas Cidades.
Casseano, P., Domenich, M. & Rocha, J. (2001). Hip Hop, a periferia grita. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo.
Chastanet, F. (2007). Pixação: São Paulo signature. Toulouse: XGpress.
Chklovski, V. (1976). A arte como procedimento. In B. Eikhenbaum et al. (Eds.), Teoria da literatura: formalistas russos (pp. 39-56). Porto Alegre: Globo.
Descartes, R. (2001). Discurso do método. São Paulo: Martins Fontes.
Ferreira, L. T. (2006). O traçado das redes: etnografia dos grafiteiros e a sociabilidade na metrópole. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, Brasil.
Fideles, N. (Ed.) (2014). O movimento hip hop no Brasil. São Paulo: Editora Caros Amigos.
Fonseca, C. (1981). A poesia do acaso (na transversal da cidade). São Paulo: T. A. Queiroz Editor.
Franco, S. M. (2009). Iconografias da metrópole: grafiteiros e pichadores representando o contemporâneo. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, Brasil.
Frye, N. (1973). Anatomia da crítica. São Paulo: Cultrix.
Ganz, N. (2010). O mundo do grafite: arte urbana dos cinco continentes. São Paulo: Livraria Martins Fontes.
Gitahy, C. (1999). O que é graffiti. São Paulo: Brasiliense.
Hegel, G. W. F. (2004). Cursos de estética IV. São Paulo: Edusp.
Ivanov, V. V., Toporóv, V.N. & Zalizniak, A. A. (1979). Sobre a possibilidade de um estudo tipológico-estrutural de alguns sistemas semióticos modelizantes. In B. Schnaiderman (Ed.), Semiótica Russa (pp. 81-96). São Paulo: Perspectiva.
Jakobson, R. (1983). O dominante. In L. C. Lima (Ed.), Teoria da literatura em suas fontes (pp. 485-491). Rio de Janeiro: Francisco Alves.
Jakobson, R. (2007). Linguística e poética. In R. Jakobson, Linguística e comunicação (pp. 118-162). São Paulo: Cultrix.
Lassala, G. (2010). Pichação não é pixação: uma introdução à análise de expressões gráficas urbanas. São Paulo: Altamira Editorial.
Leite, L. C. M. (2005). O foco narrativo (ou a polêmica em torno da ilusão). São Paulo: Ática.
Leminski, P. (2001). Anseios crípticos 2. Curitiba: Criar Edições.
Lotman, I. (1978). A estrutura do texto artístico. Lisboa: Editorial Estampa.
Malland, J. S. (2012). Tropical spray. São Paulo: Martins Fontes.
Morin, E. (2013). O método 1: a natureza da natureza. Porto Alegre: Sulina.
Morin, E. (2008). Introdução ao pensamento complexo. Lisboa: Instituto Piaget.
Pignatari, D. (1975). Poesia concreta: pequena marcação histórico-formal. In A. de Campos, H. de Campos & D. Pignatari (Eds.), Teoria da poesia concreta (pp. 62-70). São Paulo: Livraria Duas Cidades.
Pound, E. (1990). ABC da literatura. São Paulo: Cultrix.
Richter, H. (1973). Historia del dadaísmo. Buenos Aires: Ediciones Nueva Visión.
Silva, A. (2014). Atmosferas urbanas: grafite, arte pública, nichos estéticos. São Paulo: Edições SESC São Paulo.
Silver, T. (Realizador). (1983). Style Wars [Documentário]. Estados Unidos da América: Public Art Productions.
Staiger, E. (1972). Conceitos fundamentais de poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
Todorov, T. (1969). As estruturas narrativas. São Paulo: Perspectiva.
Todorov, T. (1971). Estruturalismo e poética. São Paulo: Perspectiva.
Todorov, T. (1980). Os gêneros do discurso. São Paulo: Martins Fontes.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Secção
Licença
Os autores são titulares dos direitos de autor, concedendo à revista o direito de primeira publicação. O trabalho é licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.