Patrícia Galvão: A Primeira Quadrinista Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.4689Palavras-chave:
Pagu, quadrinhos no Brasil, tiras feministas, mulheres quadrinistasResumo
Embora muitos nomes masculinos tenham sido reconhecidos na história dos quadrinhos brasileiros, poucas figuras femininas são lembradas. Nesse sentido, este artigo tem por objetivo a análise de dois trabalhos de Patrícia Galvão: o álbum “Nascimento, Vida, Paixão e Morte” e a série de oito tiras publicadas no jornal O Homem do Povo, intitulada “Malakabeça, Fanika e Kabelluda”. Mais conhecida como Pagu, Patrícia Galvão é hoje reconhecida como a primeira mulher a publicar quadrinhos no Brasil. “Nascimento, Vida, Paixão e Morte” foi produzido quando a autora tinha apenas 19 anos e configura-se como uma narrativa gráfica autobiográfica, a qual pode ser considerada como o primeiro quadrinho brasileiro escrito e desenhado por uma mulher. Além disso, Pagu inaugurou a produção de tiras de autoria feminina e com temática feminista no Brasil, ao trazer duas representações femininas diferentes em “Malakabeça, Fanika e Kabelluda”: a esposa tradicionalista e a jovem contestadora e fora dos padrões convencionais. A despeito de sua inovação e importância no cenário cultural brasileiro, Patrícia Galvão foi — e, por vezes, ainda é — frequentemente reconhecida apenas como “musa modernista” ou ainda pelas suas relações pessoais com escritores renomados. Assim, reexaminar a produção de Patrícia Galvão é necessário, uma vez que, enquanto mulher e independente de suas ligações, ela produziu obras de importância significativa na comunicação e na disseminação de mensagens políticas feministas e contra a discriminação e violência de gênero. Portanto, torna-se fundamental reconhecer e repensar o papel de Patrícia Galvão/Pagu na história dos quadrinhos brasileiros.
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