Colecionar países e territórios: uma proposta de contabilização de lugares visitados
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.353Palavras-chave:
Coleções, contabilizar, índice de viajantes, viagensResumo
Colecionar é uma curiosa atividade humana, que consiste na reunião e guarda de objetos selecionados. Tem inúmeros formatos e caraterísticas. A coleção de lugares, isto é, a coleção da visita a esses mesmos lugares não é uma prática recente, mas no contexto da mobilidade das sociedades contemporâneas e da sociedade em rede e de consumo, tem adquirido uma importância grande. Ainda que possa não ser a principal motivação da viagem, e que possa ser mais ou menos inconsciente, a coleção de lugares e em consequência, a contabilização das viagens, é um ato social, que à semelhança de outras coleções existe para ser partilhada, comparada e mostrada. Este artigo debruça-se sobre esta prática, que está intimamente ligada às viagens e ao turismo. Por um lado, analisa uma questão central da coleção de lugares e territórios, que é a definição da coleção, isto é, quais os seus limites, e quais os seus “objetos”. Esta discussão permite refletir sobre a forma como dividimos o mundo, nomeadamente no contexto da contabilização de viagens. Por outro lado, propõe-se aqui uma forma de contabilizar lugares ou territórios visitados que não atende unicamente ao facto de se ter estado num determinado lugar ou território, mas que inclui também outras variáveis como o tempo de permanência, as distâncias-tempo dos destinos, a perigosidade dos mesmos e a maior ou menor facilidade em entrar nesses territórios. Entrevistas a oito viajantes com grande experiência permitiram discutir e ajustar as ponderações destas mesmas variáveis, por forma a construir um índice compósito.
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