Entre o Estado e a sociedade – circulação de profissões da elite da política

Autores

  • Esser Silva Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho, Braga, Portugal
  • Moisés de Lemos Martins Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, Universidade do Minho, Braga, Portugal

DOI:

https://doi.org/10.21814/rlec.247

Palavras-chave:

Parresía, elite, fechamento, profissionais extrapolítica, legitimação

Resumo

Este artigo pretende, por um lado, explorar as ordenações teóricas que traçam a formação da classe eleita – ou as elites – transcorrendo a sua afirmação da circulação das profissões que acedem ao campo político e, por outro, entrecruzando os estudos de Foucault sobre parresía e elutéria com a noção weberiana de fechamento partidário, compreender o modo como os profissionais da política articulam a sua existência entre a vida civil e a vida estatal. Assim, esta análise orienta-se para a compreensão dos traços distintos dos grupos profissionais, enquanto característica objetiva para acesso e uso do poder em benefício próprio. Assente num estudo, que tem por base o caso dos deputados da Assembleia da República Portuguesa e na constatação que nela predominam “economistas”, “advogados” e “professores”, enquanto membros ativos, escrutam-se duas ordenações em coabitação nesta classe eleita: por um lado, entre o desapego, a ausência de medo e a capacidade de agir francamente, enunciados como qualidades interiores constituintes do político, e por outro lado, as práticas exteriorizadas com fins acobertados nas estratégias dos aparelhos partidários, formam-se duas configurações de sentido – a do político inteiro e a do político fracionado, ambos cultivados numa coexistência hegemónica, que enuncia, como modo extensivo da política, a transmutação da solidariedade ideológica para a introdução do antagonismo económico.

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Publicado

2017-12-28

Como Citar

Silva, E., & Martins, M. de L. (2017). Entre o Estado e a sociedade – circulação de profissões da elite da política. Revista Lusófona De Estudos Culturais, 4(2), 151–. https://doi.org/10.21814/rlec.247