Entre o social e biológico: Repensando a maternidade à luz das novas técnicas de reprodução assistida

Autores

  • Cláudia Álvares Universidade Lusófona

DOI:

https://doi.org/10.21814/rlec.84

Palavras-chave:

Procriação medicamente assistida, maternidade, infertilidade, identidade feminina, imprensa, discurso médico

Resumo

Os progressos científicos na área das biotecnologias permitem uma crescente dissociação das componentes social e biológica da parentalidade, com o discurso médico a procurar enquadrar, na maior parte das vezes, o social no âmbito do biológico por forma a não pôr em causa definições consensuais de parentalidade, particularmente no que toca ao entendimento do conceito de ‘maternidade’. Este enquadramento do social no seio do biológico é visível no modo como as técnicas de procriação assistida são frequentemente descritas na imprensa como simulando um processo biológico ‘natural’, naturalidade essa que a patologia da infertilidade impede de tomar o seu livre curso. Este artigo pretende analisar os entendimentos diferenciados e por vezes contraditórios do conceito de maternidade que ressaltam da cobertura noticiosa da Procriação Medicamente Assistida por parte do Jornal Público nos anos 2008 e 2009. O corpus analítico demonstra que ao privilegiar o discurso médico na interpretação hegemónica dos riscos e benefícios dessas técnicas de reprodução, o Público veicula uma concepção da maternidade que privilegia claramente o biológico em detrimento do social: a transmissão de um património genético é tida como o factor mais importante no que toca à definição de maternidade, sendo que se sobrepõe à dimensão de ‘educar/criar um filho’.

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Publicado

2015-06-18

Como Citar

Álvares, C. (2015). Entre o social e biológico: Repensando a maternidade à luz das novas técnicas de reprodução assistida. Revista Lusófona De Estudos Culturais, 3(1), 99–. https://doi.org/10.21814/rlec.84