Corpos que Pintam, Espaços que Sentem
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.6549Palavras-chave:
arquitetura dos sentidos, pintura mural, graffiti, afetosResumo
Este artigo investiga as experiências sensoriais e afetivas vivenciadas por estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo do Instituto Federal de Sergipe — campus Lagarto — durante a pintura coletiva de um mural em espaço acadêmico. A partir do referencial teórico de Juhani Pallasmaa, Maurice Merleau-Ponty, Baruch Espinoza e outros autores da fenomenologia e da filosofia da corporeidade, adota-se uma abordagem metodológica qualitativa, e a análise de conteúdo, conforme Laurence Bardin, para observação crítica dos dados coletados. Foram analisados relatos escritos espontaneamente pelos estudantes, que descreveram suas impressões, sensações e reflexões após a atividade prática. O objetivo foi identificar núcleos de sentido relacionados às emoções, sensações corporais e à apropriação simbólica do espaço vivido. Os resultados revelam que a experiência estética promoveu intensas vivências multissensoriais, ressignificação do espaço institucional e fortalecimento de vínculos afetivos e sociais entre os participantes. A escolha das cores, o uso do corpo em movimento e o envolvimento coletivo com a prática pictórica geraram um ambiente de aprendizagem que uniu expressão artística, reflexão teórica, afetividade e desenvolvimento pessoal. Dessa forma, defende-se que a arquitetura deve ser compreendida como campo sensível de experiências vividas e compartilhadas, e que práticas pedagógicas que envolvam a arte e a corporeidade podem contribuir decisivamente para a formação ética, perceptiva, crítica e sensível dos futuros arquitetos.
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