Chamada de Trabalhos | Vol. 11, N.º 1 | Alterações Climáticas: Desafios sociais e Culturais | De 15 de junho a 15 de novembro de 2023 [Encerrada]

2023-05-31

Editores: Alice Dutra Balbé, Edson Capoano (CECS, Universidade do Minho, Portugal) e Alejandro Barranquero (Universidade Carlos III de Madrid, Espanha)

Os desafios que compõem a emergência climática são diversos e atingem o nosso quotidiano. É possível sentir as consequências dos efeitos das alterações climáticas na economia, na política e na saúde, nas alterações na produção e segurança alimentar, nas migrações forçadas, na propagação de doenças e na vulnerabilidade global face a uma crise sanitária, como a pandemia de COVID-19, que também trouxe à tona as desigualdades sociais, enquanto exigiu olharmos para as atividades culturais e a saúde mental a partir de uma nova perspetiva. O fenómeno é, por isso, cada vez mais relevante na vida das populações e no debate público.

No debate académico sobre modos de enfrentar os desafios climáticos, salienta-se a necessidade de considerar práticas culturais e sociais como o ecoativismo (Haugestad et al., 2021), a ansiedade climática (Clayton, 2020), o consumo e a relação com as notícias sobre o tema pelas novas gerações (Ojala & Lakew, 2018). São, ainda, diversos os estudos que dão conta da importância das emoções para o envolvimento no debate ambiental (Costa et al., 2022) e a consideração de modos de vida mais resilientes e provindos do Sul Global, como o buen vivir aplicado à comunicação (Barranquero, 2012). Por sua vez, há autores que propõem combater as alterações climáticas através de “epistemologias da fronteira” (Grosfoguel, 2008), numa integração de saberes antes silenciados pelo dito pensamento esclarecido (Rincón, 2019). Neste contexto, é fundamental criar narrativas e estratégias de combate climático fora do “logomediacêntrico” (Cabrera, 2022), integrando a oralidade, os processos dialógicos e participativos.

Esta chamada de trabalhos propõe refletir sobre os desafios sociais e culturais das alterações climáticas, trazendo o olhar dos estudos culturais para o debate. Por isso, este número acolhe propostas que cruzem o fenómeno das alterações climáticas com os seguintes temas: culturas de consumo; movimentos culturais e artísticos; crítica pós-colonial e decolonial; identidades e diversidade cultural; poder, ideologia e relações de classe; indústrias criativas e culturais; comunicação de ciência e cidadania; migrações e relações interculturais; arte e ativismos; comunicação e resiliência; justiça social, entre outros.

 

Referências:

Barranquero, A. (2012). De la comunicación para el desarrollo a la justicia ecosocial y el buen vivir. CIC. Cuadernos de Información y Comunicación17, 63–78. https://doi.org/10.5209/rev_CIYC.2012.v17.39258

Cabrera, L. P. (2022). En medio de los medios, o la situación de calle como retórica de la marginación. REVISTA CUHSO32(2), 138–166. https://doi.org/10.7770/cuhso-v32n2-art2445

Clayton, S. (2020). Climate anxiety: Psychological responses to climate change. Journal of Anxiety Disorders74, 102263. https://doi.org/10.1016/j.janxdis.2020.102263

Costa, P. R., Capoano, E., & Balbé, A. (2022). Alterações climáticas e argumentos morais no Twitter: um estudo comparativo entre Brasil e Portugal. Interações: Sociedade e as novas modernidades, (43), 107–127. https://doi.org/10.31211/interacoes.n43.2022.a5

Grosfoguel, R. (2008). Para descolonizar os estudos de economia política e os estudos pós-coloniais: transmodernidade, pensamento de fronteira e colonialidade global. Revista Crítica de Ciências Sociais, (80), 115–147. https://doi.org/10.4000/rccs.697

Haugestad, C. A., Skauge, A. D., Kunst, J. R., & Power, S. A. (2021). Why do youth participate in climate activism? A mixed-methods investigation of the# FridaysForFuture climate protests. Journal of Environmental Psychology76, 101647. https://doi.org/10.1016/j.jenvp.2021.101647

Ojala, M., & Lakew, Y. (2018). Young people and climate change communication. In M. C. Nisbet et al., The Oxford Encyclopedia of Climate Change Communication: Volume III (pp. 609–628). Oxford University Press.

Rincón, O. (2019). Entrevista com Jesús Martín-Barbero. Revista Eletrônica Internacional de Economia Política da Informação, da Comunicação e da Cultura, 21(2), 73-80. http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/155354

 

DATAS IMPORTANTES

Período de submissão de propostas (manuscrito completo) | nova data: De 15 de junho a 15 de novembro de 2023

Notificação das decisões de aceitação: 8 de janeiro de 2024

Data-limite para envio da versão original final e da traduzida: 22 de fevereiro de 2024

Data de publicação da revista: junho de 2024

 

LÍNGUA

Os artigos podem ser submetidos em inglês ou português. Os artigos selecionados para publicação serão traduzidos para português ou inglês, respetivamente, devendo ser publicados integralmente nos dois idiomas.

 

EDIÇÃO E SUBMISSÃO

A Revista Lusófona de Estudos Culturais é uma revista académica de acesso livre, funcionando de acordo com exigentes padrões do sistema de revisão de pares e opera num processo de dupla revisão cega. Cada trabalho submetido será distribuído a dois revisores previamente convidados a avaliá-lo, de acordo com a qualidade académica, originalidade e relevância para os objetivos e âmbito da temática desta edição da revista.

Os originais deverão ser submetidos através do site da revista (https://www.rlec.pt/). Se está a aceder à Revista Lusófona de Estudos Culturais pela primeira vez, deve registar-se para poder submeter o seu artigo (registe-se aqui).

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