Janelas Sonoras em Tempos de Pandemia

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21814/rlec.3171

Palavras-chave:

cidade, comunicação, cultura, pandemia, sonoridades

Resumo

As reflexões desenvolvidas neste artigo tomam como referência não só parte da literatura especializada que analisou a trajetória de algumas sociedades em tempos de pandemia e foi produzida no quadro dos estudos de som, como também o material audiovisual e narrativas levantadas durante uma pesquisa exploratória realizada na mídia tradicional e nas redes sociais da internet sobre o comportamento e reações dos atores durante as quarentenas da covid-19 que ocorreram em 2020 e 2021 em diversas localidades do globo (com destaque não só para o contexto do Brasil e dos Estudos Unidos da América, como também dos países do continente europeu). Salienta-se que se procurou analisar aqui o duplo fluxo de aproximações e afastamentos entre os atores que — privados em grande medida de sua dinâmica de interações coletivas e cotidianas nas cidades (por conta das medidas sanitárias de distanciamento social recomendadas pelas autoridades durante a pandemia) — encontraram em algumas experiências sonoras de solidariedade e de protesto (que ecoaram nos territórios) alternativas para a concretização de intercâmbios socioculturais relevantes. Assim, os atores produziram alianças e tensões peculiares e relevantes nesse contexto, as quais possibilitam que se repense — especialmente da perspectiva dos estudos de som e música — não só as dinâmicas sociopolíticas das experiências acústicas que foram geradas em várias localidades, como também os limites e a porosidade das fronteiras tradicionais entre as esferas do público e do privado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Arendt, H. (2007). A condição humana (R. Raposo, Trad.). Forense Universitária. (Trabalho original publicado em 1958)

Attali, J. (1995). Ruídos (R. Perez, Trad.). Siglo XXI. (Trabalho original publicado em 1977)

Barbosa, M. (2020, 20 de abril). Pandemia: A história se repete como tragédia ou como farsa. Notícias CFCH/UFRJ. http://www.cfch.ufrj.br/index.php/27-noticias/1311-pandemia-a-historia-se-repete-como-tragedia-ou-como-farsa?fbclid=IwAR1cOB3YhvyHTch_r4CMJsZFqfFoW3BGrCyMH41WMyO515jxJEg_Ffs9LPY

Bass, M. T. (1864). Street music in the metropolis. John Murray.

Bieletto, N. (2018). De incultos y escandalosos. Resonancias, 22(43), 161–178. http://resonancias.uc.cl/pt/N%C2%BA-43/de-incultos-y-escandalosos-ruido-y-clasificacion-social-en-el-mexico-postrevolucionario-pt.html

Bijstervelt, K. (2008). Mechanical sound. The MIT Press.

Bull, M. (2015). Sound moves. Routledge.

Certeau, M. (1994). A invenção do cotidiano (E. Alves, Trad.). Vozes. (Trabalho original publicado em 1980)

Delumeau, J. (2009). História do medo no ocidente (P. Froes, Trad.). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1978)

DeNora, T. (2000). Music and everyday life. Cambridge University Press.

DeNora, T. (2016). Music asylums. Routledge.

Dominguez Ruiz, A. L. (2015). Ruído: Intrusion sonora e intimidad acústica. Inmediaciones de la Comunicación,10(10), 118–130. https://doi.org/10.18861/ic.2015.10.10.2589

Família Martinez. (2020, 23 de março). Lulu Santos fazendo show na varanda do prédio dele Que massa!!!! [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=w429iDXWi-k

Halbwachs, M. (2013). A memória coletiva (L. Schaffter, Trad.). Centauro. (Trabalho original publicado em 1950)

Herschmann, M., & Fernandes, C. S. (2014). Música nas ruas do Rio de Janeiro. Ed. Intercom.

Labelle, B. (2010). Acoustic territories. Continuum.

Lima, N. T., Buss, P. M., & Paes-Sousa, R. (2020). A pandemia de covid-19: Uma crise sanitária e humanitária. Cadernos de Saúde Pública, 36(7). https://doi.org/10.1590/0102-311X00177020

Obici, G. (2008). Condições da escuta. Ed. 7 Letras.

Picker, J. (2003). Victorian soundscape. Oxford University Press.

Piketty, T. (2014). O capital no século XXI (M. Bolle, Trad.). Editora Intrínseca. (Trabalho original publicado em 2013)

Rivera, T. (2020). Fechar portas, abrir janelas. Estratagemas plásticos para sair de si. N1-Edições. http://www.artes.uff.br/taniarivera/data/uploads/n-1-edicoes-077.pdf

Schafer, R. M. (1969). The new soundscape. Don Mills.

Scott, C. D. (2020). Policing black sound: Performing UK grime and rap music under routinised surveillance. Soundings, 75, 55–65. https://muse.jhu.edu/article/764262

Sennett, R. (1988). O declínio do homem público (L. A. Watanabe, Trad.). Companhia das Letras. (Trabalho original publicado em 1974)

Spencer Espinosa, C. (2020). Hacia un nuevo cancionero popular. Boletin Música, 54, 29–51.

Sterne, J. (2012). MP3: The meaning of format. Duke University Press.

Stories do samba. (2020, 27 de março). Mumuzinho faz show da varanda de sua casa [Vídeo]. YouTube. https://www.youtube.com/watch?v=csFeZHdNIig

Thibaud, J. P. (2015). En quête d’ambiances. Metis Press.

Trotta, F. (2020). Annoying music in everyday life. Bloomsbury Publishing.

Zumthor, P. (2007). Performance, recepção, leitura (J. Ferreira, Trad.). Cosac Naify.

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Herschmann, M., & Trotta, F. (2021). Janelas Sonoras em Tempos de Pandemia. Revista Lusófona De Estudos Culturais, 8(1), 141–153. https://doi.org/10.21814/rlec.3171