Jean Rouch, Cineasta, Antropólogo, Engenheiro, Africano Branco
DOI:
https://doi.org/10.21814/rlec.4422Palavras-chave:
Jean Rouch, Manoel de Oliveira, filme etnográfico, dogon, antropologia visualResumo
No encontro de Jean Rouch com Manoel de Oliveira, este situou-o e situou o seu cinema como mais africano que europeu e Jocelyne Rouch identificou-o com o título do filme Moi, un Noir (Eu, um Negro; Rouch, 1958) — é ele. Rouch é também engenheiro de pontes e estradas. Não admira, pois, que a poética do ferro e do aço esteja presente no seu cinema, ao lado de Manoel de Oliveira. As pontes e os caminhos de Rouch são também entre pessoas, culturas, sociedades. É, pois, notável a relação do real como imaginado nos seus filmes — o fascínio pelos rituais autênticos dos dogon e os fenómenos de possessão e uma antropologia moderna virada para as pessoas deslocadas, migrantes que viviam em grandes cidades, e para a vida urbana. Procuramos abordar neste texto quatro dimensões do percurso de Jean Rouch: situá-lo no contexto do filme etnográfico, revisitar os arquivos de Chronique d’un Été (Crónica de um Verão; Rouch & Morin, 1960) 50 anos depois de sua realização, o encontro de Rouch com os dogon e a “poética do ferro e do aço” partilhada com Manoel de Oliveira, remetendo para sua dimensão de engenheiro, cineasta e antropólogo, consciente de que ficaram de fora dimensões igualmente importantes, mas que não cabem nesta reflexão.
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