Mudando Perspetivas: O Papel das Indústrias Criativas em Projetos de Inovação Social Para Empoderar as Comunidades Locais

Autores

  • Ana Margarida Cruz Silva Centro de Estudos Interculturais, Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Politécnico do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0003-2022-0230
  • Clara Maria Laranjeira Sarmento e Santos Centro de Estudos Interculturais, Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Politécnico do Porto, Porto, Portugal https://orcid.org/0000-0001-7010-2908

DOI:

https://doi.org/10.21814/rlec.3664

Palavras-chave:

comunidades locais, desenvolvimento social, indústrias criativas, inovação social, capacitação

Resumo

A pandemia da COVID-19 afetou as noções de vida social tal como as conhecemos, pelo que é importante desenvolver e mediar projetos que vão ao encontro dos contextos de grande transformação social em que vivemos. A crise causada pela pandemia também afetou as zonas rurais que têm procurado controlar o êxodo rural. No entanto, surgiram novas oportunidades para os territórios rurais à medida que o mundo se começou a adaptar à pandemia. Na região centro de Portugal, a Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha, através do seu projeto Aldeias de Montanha, procura dinamizar a promoção destes territórios culturais. Para o efeito, tem vindo a desenvolver projetos de inovação social com enorme potencial para o desenvolvimento social, económico e cultural da região. A associação criou dois projetos de inovação social essenciais no desenvolvimento das comunidades localizadas nas Aldeias de Montanha: Projeto Queijeiras e Espaços Cooperativa Coworks @Aldeias de Montanha. Este artigo apresenta ambos os projetos e sublinha a importância das práticas que conduzem ao desenvolvimento positivo da sociedade através da convocação de indústrias culturais e criativas em projetos de inovação social. O trabalho profissional e o trabalho de campo realizado na Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha e dos territórios das Aldeias de Montanha enquadram o estudo realizado, assim como entrevistas e questionários com pessoas e entidades ligadas aos projetos. Os resultados apresentados no artigo demonstram como ambos os projetos são extremamente valiosos para entender a importância de construir possibilidades para a reinterpretação e capacitação das comunidades locais que são muitas vezes negligenciadas. Além disso, também revelam uma expansão do local para o global, isto é, uma interação de ambientes globais com culturas locais, criando um espaço intercultural tão importante no nosso mundo globalizado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografias Autor

Ana Margarida Cruz Silva, Centro de Estudos Interculturais, Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Politécnico do Porto, Porto, Portugal

Ana Margarida Cruz Silva é licenciada em línguas modernas pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e concluiu o mestrado em estudos interculturais para negócios, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto em 2021. No mesmo ano iniciou a investigação no Centro de Estudos Interculturais, como bolseira de iniciação, tendo depois alargado as suas funções a investigadora júnior. Atualmente colabora com o projeto StreetArtCEI, o projeto Enging e o projeto Augmented Assessment. Os seus interesses de investigação envolvem a arte urbana, as indústrias culturais e criativas, bem como inovação social e sustentável e o empreendedorismo sociocultural.

Clara Maria Laranjeira Sarmento e Santos, Centro de Estudos Interculturais, Instituto Superior de Contabilidade e Administração, Politécnico do Porto, Porto, Portugal

Clara Maria Laranjeira Sarmento e Santos tem agregação em estudos culturais pela Universidade de Aveiro, é doutorada em cultura portuguesa, mestre em estudos anglo-americanos e tem licenciatura em estudos português-inglês pela Universidade do Porto. Fundou e é a atual diretora do Centro de Estudos Interculturais no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto. Recebeu vários prémios e é autora de várias publicações nacionais e internacionais sobre cultura e literatura portuguesa e anglo-americana, estudos culturais e interculturais, etnografia, feminismo e estudos de género.

Referências

Andriopoulos, C. A. (2000). Mind stretching: A grounded theory for enhancing organizational creativity [Doctoral dissertation, University of Strathclyde]. EThOS. https://doi.org/10.48730/a73r-5w10

Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha. (2012). Aldeias de Montanha. http://www.cidadesglocais.org/ficheiros/file/ADIRAM.pdf

Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha. (2020). Aldeias de Montanha-Cowork [Unpublished manuscript].

Berbegal-Mirabent, J. (2021). What do we know about co-working spaces? Trends and challenges ahead. Sustainability, 13(3), 1–30. https://doi.org/10.3390/su13031416 DOI: https://doi.org/10.3390/su13031416

Cropley, A. J. (2011). Definitions of creativity. In M. A. Runco & S. R. Pritzker (Eds.), Encyclopedia of creativity (pp. 511–524). Academic Press. DOI: https://doi.org/10.1016/B978-0-12-375038-9.00066-2

Department for Culture, Media and Sport. (2001). Creative industries mapping documents 2001. https://assets.publishing.service.gov.uk/government/uploads/system/uploads/attachment_data/file/183544/2001part1-foreword2001.pdf

DiLiello, T. C., & Houghton, J. D. (2008). Creative potential and practiced creativity: Identifying untapped creativity in organizations. Creative and Innovation Management, 17(1), 37–46. https://doi.org/10.1111/j.1467-8691.2007.00464.x DOI: https://doi.org/10.1111/j.1467-8691.2007.00464.x

Guilford, J. P. (1950). Creativity. American Psychologist, 5(9), 444–454. https://doi.org/10.1037/h0063487 DOI: https://doi.org/10.1037/h0063487

Howaldt, J., Kopp, R., & Schwarz, M. (2015). Social innovations as drivers of social change — Exploring tarde’s contribution to social innovation theory building. In A. Nicholls, J. Simon, & M. Gabriel (Eds.), New frontiers in social innovation research (pp. 29–51). Palgrave Macmillan. DOI: https://doi.org/10.1057/9781137506801_2

Lekic, O., & Milovanovic, A. (2018). Sustainability of rural areas — Exploring values, challenges and socio-cultural role. In A. Fikfak, S. Kosanovic, M. Konjar, & E. Anguillari (Eds.), Sustainability and resilience – Socio-spatial perspective (pp. 171–184). TU Delft Open.

Manzini, E. (2014). Making things happen: Social innovation and design. Design Issues, 30(1), 57–66. https://doi.org/10.1162/DESI_a_00248 DOI: https://doi.org/10.1162/DESI_a_00248

Mehmood, A., & Parra, C. (2013). Social innovation in an unsustainable world. In F. Moulaert, D. MacCallum, A. Mehmood, & A. Hamdouch (Eds.), The international handbook on social innovation: Collective action, social learning and transdisciplinary research (pp. 53–66). Edward Elgar Publishing.

Moriset, B. (2014, January 23–25). Building new places of the creative economy. The rise of coworking spaces [Paper presentation]. Second Geography of Innovation International Conference 2014, Utrecht, Netherlands. https://doi.org/10.4000/tem.3868 DOI: https://doi.org/10.4000/tem.3868

Mulgan, G., Tucker, S., Ali, R., & Sanders, B. (2007). Social innovation: What it is, why it matters, how it can be accelerated. The Young Foundation. https://www.youngfoundation.org/publications/social-innovation-what-it-is-why-it-matters-how-it-can-be-accelerated/

Nicholls, A., Simon, J., & Gabriel, M. (2015). New frontiers in social innovation research. Springer Nature. DOI: https://doi.org/10.1057/9781137506801

Oldenburg, R. (1989). The great good place: Cafés, coffee shops, community centers, beauty parlors, general stores, bars, hangouts, and how they get you through the day. Paragon House Publishers.

Queijeiras. (n.d.-a). Capa. https://queijeiras.pt/capa/

Queijeiras. (n.d.-b). Curso de empoderamento feminino. https://queijeiras.pt/resultados/

Queijeiras. (n.d.-c). Livro. https://queijeiras.pt/livro/

Queijeiras. (n.d.-d). Projeto. https://queijeiras.pt/projeto/

Rappaport, J. (1987). Terms of empowerment/exemplars of prevention: Toward a theory for community psychology. American Journal of Community Psychology, 15(2), 121–148. https://doi.org/10.1007/BF00919275 DOI: https://doi.org/10.1007/BF00919275

Robertson, R. (1995) Glocalization: Time-space and homogeneity-heterogeneity. In M. Featherstone, S. Lash, & R. Robertson (Eds.), Global modernities (pp. 25–44). Sage. https://doi.org/10.4135/9781446250563.n2 DOI: https://doi.org/10.4135/9781446250563.n2

Rolo, J. F. (2021). Parceiros. https://queijeiras.pt/parceiros/

Runco, M. A., & Sakamoto, S. O. (1999). Experimental studies of creativity. In R. J. Sternberg (Ed.), Handbook of creativity (pp. 62–92). Cambridge University Press. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511807916.006

Shalley, C. E., Zhou, J., & Oldham, G. R. (2004). The effects of personal and contextual characteristics on creativity: Where should we go from here? Journal of Management, 30(6), 933–958. https://doi.org/10.1016/j.jm.2004.06.007 DOI: https://doi.org/10.1016/j.jm.2004.06.007

Spinuzzi, C. (2012). Working alone together: Coworking as emergent collaborative activity. Journal of Business and Technical Communication, 26(4), 399–441. https://doi.org/10.1177/1050651912444070 DOI: https://doi.org/10.1177/1050651912444070

Strzelecka, M., Boley, B. B., & Strzelecka, C. (2017). Empowerment and resident support for tourism in rural Central and Eastern Europe (CEE): The case of Pomerania, Poland. Journal of Sustainable Tourism, 25(4) 554–572. https://doi.org/10.1080/09669582.2016.1224891 DOI: https://doi.org/10.1080/09669582.2016.1224891

Tomaz, E., Moriset, B., & Teller, J. (2021). Rural coworking spaces in the covid-19 era: A window of opportunity? In I. Mariotti, P. Bednar, & M. Di Marino (Eds.), The covid-19 pandemic and the future of working spaces (pp. 1–14). Routledge.

United Nations Conference on Trade and Development & United Nations Development Programme. (2010). Creative economy report 2010: Creative economy: A feasible development option. United Nations. https://unctad.org/system/files/official-document/ditctab20103_en.pdf

United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. (2021). Cutting Edge | The creative economy: Moving in from the sidelines. https://en.unesco.org/news/cutting-edge-creative-economy-moving-sidelines

Publicado

2022-06-29

Como Citar

Silva, A. M. C., & Santos, C. M. L. S. e. (2022). Mudando Perspetivas: O Papel das Indústrias Criativas em Projetos de Inovação Social Para Empoderar as Comunidades Locais. Revista Lusófona De Estudos Culturais, 9(1), 87–103. https://doi.org/10.21814/rlec.3664