@article{Carvalheiro_2021, title={“O Povo Desliga, Vai à Procura do Fado” — A Rádio e a Resistência Fadista ao Estado Novo na Década de 1930}, volume={8}, url={https://rlec.pt/index.php/rlec/article/view/3363}, DOI={10.21814/rlec.3363}, abstractNote={<p>Muito longe da consagração atual e mesmo antes da sua domesticação pelo salazarismo, o fado atravessou fases dilemáticas da sua existência. Entre elas, estão os tempos iniciais da sua mediatização, em particular, as complexas articulações com a rádio na década de 1930, com o Estado Novo e os preconceitos de classe a tentarem ostracizar o fado ou, pelo menos, travar a legitimação nacional da cultura popular urbana. As tensões que já antes rodeavam o fado renovaram-se e agudizaram-se face ao contexto simultâneo de estabilização da ditadura e de implantação da rádio em Portugal, colocando o novo meio de difusão sonora no centro das lutas simbólicas em torno da “canção nacional”. Envolvendo dilemas entre o estigma e a legitimação fadista, entre a sua origem e a propagação, entre a difusão pública e o controlo estético ou moral, constitui-se uma zona de articulação da rádio com o fado onde diversos atores sociais se posicionaram, com diferentes objetivos e estratégias, e em que se jogaram questões de programação, discursividade e status social. O objetivo deste artigo é identificar esse conjunto de articulações ao longo dos anos 30, tentando perceber de que maneira a formação do campo radiofónico, com as suas várias estações e matizes, se tornou palco e participante num processo cultural que, em alguns aspetos, já o precedia. A pesquisa baseia-se na imprensa coeva, especificamente nos jornais de fado (<em>Guitarra de Portugal</em>; <em>Canção do Sul</em>) e nos periódicos dedicados à rádio (<em>Rádio Semanal</em>; <em>Rádio Revista</em>; <em>Boletim da Emissora Nacional</em>; <em>Rádio Nacional</em>).</p>}, number={2}, journal={Revista Lusófona de Estudos Culturais}, author={Carvalheiro, José Ricardo}, year={2021}, month={Dez.}, pages={177–191} }